quarta-feira, 11 de abril de 2018


                  OS "NOBRES" DA REPÚBLICA


                                          A República inacabada por [Faoro, Raymundo]


Existe uma "nobreza" enquistada na República do Brasil: são os funcionários do alto escalão e alto salário da burocracia estatal: promotores de justiça, auditores fiscais, procuradores de entes públicos, juízes, Desembargadores, Ministros dos Tribunais e até delegados de polícia, não sem razão, se acham distinguidos pelo poder sem controle e sem contrastes que exercem sobre a liberdade, a vida e a morte dos cidadãos.

Estes cidadãos se acham condes, viscondes, barões, enfim, uma nobreza neste país de cultura autoritária e profundas desigualdades sociais e salariais. Acham-se distinguidos dos demais cidadãos pelo poder e dinheiro que ostentam.

Odeiam movimentos sociais, pessoas e partidos de esquerda porque não suportam ouvir falar em direitos dos cidadãos, igualdade perante a lei, liberdade, democracia, liberdade de expressão e de manifestação.

Esta "nobreza" quando pode, e sempre pode, persegue, subtrai direitos, tenta intimidar ou até mesmo incriminar e condenar seus alvos. Sua identificação de classe é com as 5.000 famílias (0,001% da população brasileira) que são proprietárias de 46% do PIB (Atlas de Exclusão Social - os ricos do Brasil (IPEA)), não é com o povo que lhes paga os salários altos.

Os funcionários públicos da União são os mais bem pagos da burocracia estatal brasileira. A Polícia Federal herdou a função de polícia política deixada pelos DEOPS ou DOPS (a sigla mudava a depender do Estado da Federação), e pelo visto a subcultura de perseguição a pessoas de esquerda também.

É esta burocracia que conduz Inquéritos Policiais, acusa e julga pessoas de esquerda. É a isto que se chama de aparelhamento do Estado por uma classe. Vejam no link abaixo [1] como ocorre este aparelhamento na luta política através das próprias opiniões partidárias, faciosas e eivadas de desejo de perseguir destes soldados da burguesia .

Nota

[1] Delegados deixaram digitais: achavam que o golpe ia dar certo


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