domingo, 11 de fevereiro de 2018


               EM TEMPO DE LIQUIDACIONISMO



É a política que governa o mundo e não é uma ocupação mais suja que a atividade empresarial ou as outras profissões, inclusive a advocacia. Por ser a política o meio pelo qual se modifica ou se perpetua a ordem social, jurídica e econômica a Rede Globo como porta-voz da classe dominante quer desacreditar a ação política provocando frustração, desânimo e descrença.

Mas a frustração não muda o essencial, quem não vota deixa quem vota decidir. As decisões políticas importantes geram consequências para toda a sociedade. Como dizia Stálin "você pode não ter interesse na política mas a política está interessada em você".

É conhecimento elementar saber que quem tem o poder faz leis, retira ou amplia direitos, concentra ou distribui a grana, enfim, melhora os serviços públicos com investimentos no setor e implementa políticas sociais distributivas ou provoca a ruína neoliberal.

É desta maneira que induzir o descrédito na ação política e não contra quem faz da política um instrumento de empobrecimento da população e de traição aos interesses nacionais é a tática da família Marinho.

Instituições estioladas, homens fracos no leme, descrença generalizada na ação política e abstenção eleitoral elevada é o paraíso buscado pela Rede Globo.

Cada um faz política como quer e ninguém vai impedir as pessoas de fazerem lambanças, fraudes e trapaças na disputa política. O eleitor é o principal juiz e se ele escolhe malandros para o representar, paciência, mas a sociedade vai ter que aprender a não atirar no próprio pé.

O objetivo da Rede Globo é enfraquecer o Estado brasileiro. Estados nacionais são formas de organização fundamentais no mundo moderno pois substituíram as tribos e as etnias, organizações primitivas e fundadas em laços atávicos de sangue a ensejar racismo, faxinas étnicas e guerras tribais contínuas.

Estes Estados se organizam administrativamente e politicamente e a melhor forma encontrada de a população controlar as autoridades governamentais é a democracia, isto é, os agentes políticos que imprimem direção ao Estado são escolhidos pela população e o mandato dos representantes é por tempo determinado.

Assim, escolher bons representantes é fundamental pois são estes que fazem leis que ampliam ou retiram direitos, como estamos vendo agora no Brasil.

Ademais, a Constituição Federal se materializa em serviços públicos e em políticas sociais, mas que dependem de leis para serem criadas e estas são feitas no Congresso Nacional. É assim que se vê para que servem deputados e senadores.

O rolo é que a sociedade moderna é dividida em classes sociais com interesses antagônicos e a classe economicamente dominante (que corresponde a 5% da população) se empenha em controlar o resto com a grana e as artes e manhas da política. Até quando isto ocorrerá não se sabe.

As pessoas votam em quem acham melhor para si mas normalmente o povo vende o voto ou é engrupido pela propaganda. Exemplos: um trabalhador que vota no DEM dá um tiro no próprio pé; um pequeno ou médio empresário que vota no DEM se alinha com a classe dominante pensando que é do clube mas não é, foi engrupido pela propaganda diuturna do pessoal do 5%. Então votar melhor para não se sentir frustrado é a saída.

A importância da representação dos trabalhadores no Congresso Nacional é flagrante nestes dias. Ela existe mas é minoritária e com alguns representantes de qualidade ruim, mas é melhor que nada.

Mas o pior é o liquidacionismo que sempre aparece nestes momentos de derrota da esquerda. Mas é assim mesmo o refluxo da luta política. Venceremos o desânimo mais facilmente se conhecermos coisas elementares sobre a representação política.


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