EM TEMPO DE LIQUIDACIONISMO
É a
política que governa o mundo e não é uma ocupação mais suja que a atividade empresarial ou
as outras profissões, inclusive a advocacia. Por ser a política o meio pelo
qual se modifica ou se perpetua a ordem social, jurídica e econômica a Rede
Globo como porta-voz da classe dominante quer desacreditar a ação política
provocando frustração, desânimo e descrença.
Mas a frustração não muda o essencial, quem não vota
deixa quem vota decidir. As decisões políticas importantes geram consequências para toda a sociedade. Como dizia Stálin "você
pode não ter interesse na política mas a política está interessada em
você".
É conhecimento
elementar saber que quem tem o poder faz leis, retira ou amplia direitos,
concentra ou distribui a grana, enfim, melhora os serviços públicos com
investimentos no setor e implementa políticas sociais distributivas ou provoca
a ruína neoliberal.
É
desta maneira que induzir o descrédito na ação política e não contra quem faz
da política um instrumento de empobrecimento da população e de traição aos
interesses nacionais é a tática da família Marinho.
Instituições
estioladas, homens fracos no leme, descrença generalizada na ação política e
abstenção eleitoral elevada é o paraíso buscado pela Rede Globo.
Cada
um faz política como quer e ninguém vai impedir as pessoas de fazerem lambanças,
fraudes e trapaças na disputa política. O
eleitor é o principal juiz e se ele escolhe malandros para o representar,
paciência, mas a sociedade vai ter que aprender a não atirar no próprio pé.
O
objetivo da Rede Globo é enfraquecer o Estado brasileiro. Estados nacionais são
formas de organização fundamentais no mundo moderno pois substituíram as tribos
e as etnias, organizações primitivas e fundadas em laços atávicos de sangue a
ensejar racismo, faxinas étnicas e guerras tribais contínuas.
Estes Estados se organizam administrativamente e
politicamente e a melhor forma encontrada de a população controlar as
autoridades governamentais é a democracia,
isto é, os agentes políticos que imprimem direção ao Estado são escolhidos pela
população e o mandato dos representantes é por tempo determinado.
Assim, escolher
bons representantes é fundamental pois são estes que fazem leis que ampliam ou
retiram direitos, como estamos vendo agora no Brasil.
Ademais,
a Constituição Federal se materializa em serviços públicos e em políticas
sociais, mas que dependem de leis para serem criadas e estas são feitas no
Congresso Nacional. É assim que se vê para que servem deputados e senadores.
O
rolo é que a sociedade moderna é dividida em classes sociais com interesses
antagônicos e a classe economicamente dominante (que corresponde a 5% da população)
se empenha em controlar o resto com a grana e as artes e manhas da política.
Até quando isto ocorrerá não se sabe.
As
pessoas votam em quem acham melhor para si mas normalmente o povo vende o voto ou é
engrupido pela propaganda. Exemplos: um
trabalhador que vota no DEM dá um tiro no próprio pé; um pequeno ou médio empresário que vota no
DEM se alinha com a classe dominante pensando que é do clube mas não é, foi
engrupido pela propaganda diuturna do pessoal do 5%. Então
votar melhor para não se sentir frustrado é a saída.
A
importância da representação dos trabalhadores no Congresso Nacional é
flagrante nestes dias. Ela existe mas é minoritária e com alguns representantes
de qualidade ruim, mas é melhor que nada.
Mas o pior
é o liquidacionismo que sempre aparece nestes momentos de derrota da esquerda.
Mas é assim mesmo o refluxo da luta política. Venceremos o desânimo mais
facilmente se conhecermos coisas elementares sobre a representação política.
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