domingo, 31 de dezembro de 2017


                   FINAL DE ANO: UMA MENSAGEM AOS LEITORES 


                

Caso você tenha um objetivo que realmente considera relevante nunca desista dele, não meça os sacrifícios, se preciso for bata um avião contra uma torre, desafie a miséria extrema mas jamais desista.
Isto vale também se você tiver um grande amor. Lembro-me do que disse Drumond de Andrade em um de seus poemas, "amor que acaba não é amor e merece realmente acabar."
Quando você desiste de seus objetivos renuncia um pouco ao que você é, perde sua identidade. E quando sua identidade entra em crise isto repercute entre suas pernas, como dizia Paulo Francis.
Tudo o que é feito com paixão ganha um toque de grandeza. Creio que um pouco de fanatismo ajuda a viver. Desta maneira é melhor até ser stalinista do que não ser coisa nenhuma. A receita certa para o fracasso é fazer as coisas pela metade.
Renunciei a poucas coisas, não se pode ter tudo o que se quer. Aprendi que existem coisas que se faz ou abandona de uma vez, sem olhar para trás. Esta é a melhor parte... Foi assim que aprendi o valor do esquecimento, do lapso de memória, da amnésia ou até do mal de Alzheimer.
Já li em algum lugar que a experiência tem o mesmo valor para nós que os faróis voltados para trás em um carro. Não concordo, sempre se pode recomeçar tudo de novo. Mas acho importante mesmo é ter colhões para colocar todas as fichas em uma só parada.
O Brasil é uma sociedade autoritária e se você vacilar um simples segurança de shopping vai querer lhe colocar de joelhos. E aí se você amar mais a vida que sua honra vai também arriar as calças e rastejar como um verme.
E a coragem é a mãe de todas as virtudes pois sem ela as outras não se sustentam...


domingo, 10 de dezembro de 2017

           UM HOMEM QUE OUSAVA PENSAR


          
 


Faleceu ontem, 09/12, Luiz Carlos Maciel, aos 79 anos.

Os livros de Maciel que li foram de grande proveito e prazer pois são bem escritos e com ótimas observações sobre a vida, a alienação, a constituição da sociedade e como grandes filósofos formularam as questões básicas que nos afligem.

Ele ousava pensar a contrapelo com suavidade e domínio das categorias que questionava. Dos livros que li o que mais me chamou a atenção foi AS QUATRO ESTAÇÕES pois neste livro buscou dar um status ontológico "respeitável" à contracultura mostrando que a racionalidade em que se apoiam os grandes pensadores se virada pelo avesso pode ser vista como um desatino.

Maciel sempre mostrou que a maneira como vemos a realidade e a própria consciência podem ser armadilhas fatais. Sem rodeios vejam aqui o que o cara escreveu na página 255 do livro citado:
"Reparei que um dos sinais do excessivo grau de alienação que vivemos coletivamente hoje em dia é a crença generalizada, supersticiosa e cega em tudo o que sai na mídia, seja ela impressa ou, principalmente, televisiva. O homem comum acredita em tudo o que lê nos jornais ou vê na televisão como se fosse a expressão rigorosa da realidade objetiva."

Sem dúvidas que na raiz da maneira de pensar de Maciel estava o budismo. Mas ele conhecia todos os grandes filósofos, (escreveu uma pequena biografia de Sartre), Marx, Hegel, pré-socráticos, Heidegger, (embora eu duvide que alguém entenda o que quis dizer este camarada), Freud, Reich, Nietzsche, Marcuse entre outros.

Maciel era a febre do rato e nos deixou livros muito legais, cheios de esperança e serenidade diante dos tormentosos problemas da existência (para quem pensa) mas enfrentou problemas financeiros recentemente. Espero que velhos companheiros não o tenham deixado para trás em mais este momento da jornada.

Poderia ter vivido folgadamente apenas dos direitos autorais mas como não produzia mais alienação, ao contrário, investia sobre as teias de aranha da consciência, e vivendo em um pais de analfabetos distribuiu pepitas a troco de seu sacrifício.


sábado, 2 de dezembro de 2017

           AINDA SOBRE OS LANCEIROS


                         Resultado de imagem para batedor de carteiras

Os punguistas com seus truques para afanarem nós consumidores brotam como cogumelos depois de uma chuva, estão em todos os lugares, daí devemos conferir os valores lançados nas notas e cupons fiscais, contar as mercadorias na frente do lanceiro, conferir os preços constantes nas gôndolas com os preços dos cupons fiscais ou notas fiscais, guardá-las pois no momento da troca os batedores de carteiras se valem do expediente de que estando o cidadão sem o cupom fiscal ele pode negar direitos a quem paga a conta; comparar preços também é muito bom.

Os punguistas escondidos por trás de uma pessoa jurídica são verdadeiros mágicos, treinam seus truques para afanar o consumidor desavisado e só com atenção direcionada se pode perceber as fraudes.

Grandes lojas também praticam idênticas fraudes dos donos de mercadinhos e bares (que sempre colocam um chop ou cerveja a mais na conta), por exemplo, a lojinha de seu Abílio Diniz, o Extra, colocava um preço na gôndola abaixo do constante no código de barra para ilaquear o consumidor, que acreditava está comprando mais barato...

Mas tem um golpe que sem a atuação do Ministério Público será difícil combater: a prática da agiotagem usando como isca mercadorias. Consiste no seguinte: dividir uma compra em prestações, por exemplo, seis, e dizer que o preço da compra paga à vista é o mesmo da compra em prestações, não existe juros.

Não acredite, é economicamente inviável, portanto, um logro contra seu bolso. Mas todos praticam esta agiotagem, daí não termos mais comerciantes só agiotas disfarçados.

A única saída é não comprar ou quando comprar, atirar na cara do agiota a verdade, dizer que vai comprar à vista mas que só se ele retirar os juros pois a compra não será parcelada. Esteja disposto a deixar a mercadoria em cima do balcão ou será vitimado pelo agiota...