quinta-feira, 30 de novembro de 2017

             O MUNDO É DOS PUNGUISTAS


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Um amigo professor universitário escreveu em sua página do Facebook: "Desligado, por deformação profissional, nunca confiro notas. Hoje conferi, o mercadinho havia transformado uma conta de 4 reais em 40. Confira as suas. Eu q pensava q já havíamos deixado o pré-capitalismo pelo capitalismo...."

Depois de ler a atualização de status do professor conclui com base em minha observação do cotidiano que afanar os outros hoje no Brasil é normal, é prática generalizada, virou epidemia.

É por estas e outras que eu e um amigo estamos praticando o CONSUMO MÍNIMO, sem combinação prévia, para evitarmos aborrecimentos desta natureza. 

Ele teve os dissabores de ter comprado quatro aparelhos de celular (um para ele, outro para a mulher e os dois restantes para os dois filhos) e todos com defeito, foi sacaneado e viu que para quem raciocina, compara preços e percebe que é furtado da maneira mais vil como foi também o caso do professor consumir hoje no Brasil é um DESPRAZER.

Acredito que estas práticas de batedor de carteiras terá um dia, espero que em breve, impacto na economia, redução do consumo.

Anotem: estas práticas de punguistas não é exclusividade de donos de mercadinhos, grandes empresários as cometem na caradura... Aliás, quando alguém lhe falar que é empresário imediatamente segure a carteira e fique atento, confira tudo, desconfie de tudo pois é só raspar a tinta e terá um lanceiro em sua frente...


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

                   ADVOCACIA E ADVOGADOS


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Modesto da Silveira, "herói da advocacia e da democracia" nas palavras de Pedro Serrano
           
Quando soube da morte de Modesto da Silveira em 22 de novembro de 2016 escrevi este texto. Hoje completa um ano de seu passamento. Sua história deve ser conhecida por quem quer saber como foi a advocacia durante a ditadura instalada em 1964, período em que os advogados não raramente tinham que arriscar suas vidas ou a integridade física na defesa de seus constituintes presos políticos.

Modesto foi o advogado que defendeu o maior número de presos políticos durante a ditadura dos militares; foi sequestrado pelo esbirros do DOI-CODI e não se intimidou, foi eleito deputado federal e lutou pela anistia dos perseguidos políticos   

Escrevi aqui sobre livros que li e que tratam da advocacia e da biografia de advogados. Por esquecimento não mencionei dois que merecem ser lidos e que tratam de casos específicos, A BECA SURRADA, de Alfredo Tranjan, só advocacia penal, e ADVOCACIA DA LIBERDADE, de Heleno Claudio Fragoso.

Heleno Fragoso era um homem culto, autor de muitos livros de direito e sua morte me impactou, não sei por que, talvez pelo fato da surpresa, morreu de enfarto, e por ser um advogado brilhante e muito querido por quem desejava o fim da ditadura.

Seu livro TERRORISMO E CRIMINALIDADE POLÍTICA é um primor de reflexão sobre os crimes políticos. A ADVOCACIA DA LIBERDADE é muito bem escrito, relata casos e teses esgrimidas em processos em que defendeu os que enfrentaram os delinquentes que assaltaram o poder em 1964.

Decidi ser advogado depois que li uma entrevista com Francisco Julião no PASQUIM, em 1978 ou 1979. Julião dizia que depois de formado em direito decidiu defender camponeses pois era uma gente que ninguém queria como cliente, não tinham dinheiro para pagar honorários e coisa e tal...

Foi assim, que decidi antes de entrar no curso de direito que seria advogado trabalhista, mas como a gente faz um plano e a vida faz outro até chegar à advocacia trabalhista percorri outros "Cearás". Hoje, eu e a advocacia trabalhista estamos juntos até que a morte nos separe...

Francisco Julião se exilou no México depois do golpe de 64. Quem o conduziu até a embaixada foi Antonio Callado; foi uma peripécia livrar Julião das garras dos que chegaram ao poder ávidos por sangue.

No México Julião morou em Cuernavaca, onde vendia doces para sobreviver, e voltou ao Brasil em 1979. Se filiou ao PDT, foi candidato a deputado mas não foi eleito, o país era outro, e parece que ele nunca mais se reencontrou com o país que deixou antes de seguir para o exílio. Voltou para Cuernavaca e lá morreu em 1997. História triste a de Francisco Julião.


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

             CAVANDO A PRÓPRIA COVA


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A classe dominante é terrível, tem uma sabedoria mundana elaborada e sabe como manipular a opinião pública. Privatizou o debate, incluiu na pauta como dizem os jornalistas, assuntos adstritos à vida privada, coloca homens contra mulheres, estimulando o sexismo, negros contra brancos, heterossexuais contra lésbicas e homossexuais.

Com isto jogou para debaixo do tapete a luta de classes escancarada na reforma trabalhista que retira dinheiro dos trabalhadores para transferir para o empresariado.

A vida sexual diz respeito à vida particular de cada pessoa e ninguém deve se meter embaixo dos lençóis de ninguém sem ser convidado, acho. Racismo é conflito particular quando um palhaço comete os crimes de racismo e de injúria racial, exceto quando a segregação advém de lei.

Sexo (dos outros), racismo, religião e corrupção são assuntos que quando agitados pelos meios de comunicação geram bons frutos para a classe dominante, histeria, conflitos particulares, fragmentação da sociedade e da opinião pública.

No final de todo este ciclo político aberto com o golpe de 2016 teremos um país muito pior, mais dividido, mais pobre, com cidadãos piorados, mais canalhas, mais mesquinhos, mais desumanizados, moralmente apequenados. Mas com tanta gente trabalhando para cavar a própria cova como duvidar que este resultado será alcançado?


sábado, 11 de novembro de 2017

                  PRIVATIZARAM TUDO



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A filósofa Judith Butler foi agredida verbalmente no Aeroporto de Congonhas na manhã de sexta-feira, dia 10.

Esta é uma consequência da manipulação das pessoas na luta ideológica nestes dias em que o neoliberalismo privatiza tudo, até os conflitos sociais, e a ideologia de gênero sexuais é uma destas facetas, a outra é o racismo.

Só a luta de classes publiciza os conflitos pois é inerente às classes sociais a despersonalização dos sujeitos envolvidos. Georg Luckács era filho de banqueiros, Engels era industrial e filho de industrial, Marx era da chamada classe média e formado em direito, Lênin também era advogado, Fidel era filho de latifundiário e advogado e isto nunca foi relevante na luta política e ideológica que travaram.

Hoje, 11/11, começou a vigência da mais agressiva retirada de direitos trabalhistas e sociais desde 1943, quando Vargas outorgou a CLT. Mas é isto mesmo, o que esperar de adversários que defendem o mais desbragado projeto de submissão ao império? Nós é que estamos sem iniciativa, sem a reação necessária ao tão duro empobrecimento que virá pois não estamos ideologicamente armados para o enfrentamento mobilizando a população trabalhadora.

Os conflitos estão privatizados, importa o debate sem fim sobre o que as pessoas devem ou não fazer em suas vidas privadas ou se William Waack é racista ou não, como se todos os negros gostassem de brancos.

Está tudo privatizado, a ofensiva neoliberal está nadando de braçada e viabilizando uma nova onda de acumulação de capital com articulações ideológicas e de exploração que pensávamos superadas.