O ÓDIO COMO MAL MOBILIZADOR
Quem
semeia ódio colhe ódio. Embora Gandhi, o cara que mais difundiu métodos
pacíficos de luta política, tenha sido assassinado por um sujeito tomado pelo
mais absoluto ódio.
Gandhi era advogado e com ele aprendi que noventa e nove por cento do direito de um cidadão está na matéria fática deduzida em juízo. Para ele o direito era aquilo que alguém tinha depois de cumprir com seu dever.
Em sua estratégia política o direito inscrito nas leis e a verdade eram importantes instrumentos a serem usados para conter abusos de autoridade na luta para libertar populações oprimidas.
Suas táticas não violentas (desobediência civil, jejum, resistência não-violenta) foram objeto de minha curiosidade pois quem estuda política precisa conhecer tudo isso mas porque também parecia funcionar em algumas circunstâncias.
Os
analfabetos políticos de sempre censuraram minha curiosidade por Gandhi de
maneira acerba. Mas é assim mesmo, a ignorância pune a todos, inclusive ao
ignorante.
Gandhi
tinha razão, a verdade tem uma força arrasadora e a polícia só é treinada para
lidar com táticas violentas. Quando enfrenta métodos não violentos fica
desnorteada.
O ódio
exclui, segrega, e é oposto dos fatores mobilizadores, razão pela qual pessoas
de esquerda deveriam pensar antes de valer-se dele para amparar suas causas. É
fácil identificar quem na web faz o uso de uma linguagem virulenta e estimuladora
do ódio sempre e com alvos definidos e identificáveis (homens, brancos,
héteros, velhos).
Este episódio de Campinas em que
doze pessoas foram assassinadas tem muitos culpados e não adianta somente
colocar a culpa no inimigo, inclusive usando-o para fazer proselitismo.
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