quarta-feira, 3 de agosto de 2016

              POLÍTICA É TRAGÉDIA



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Mário Alves


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                                  Câmara Ferreira 
Carlos Marighella
  
                                               
                   

Às vezes em que vou em alguns eventos onde encontro pessoas de esquerda saio um pouco triste, vejo uns tipos vaidosos, ignorantes, acreditando que nunca sairão do poder, alguns malandros, e só me vem à cabeça a falta que faz o chamado dirigente, pessoas como Marighella, Joaquim Câmara Ferreira, Mário Alves, para só enumerar alguns por quem tenho simpatia e admiração.


Mário Alves era baiano e é tido por muitos de seus contemporâneos como o mais preparado intelectual do PCB, sua cultura ia além do marxismo pois fez parte da primeira turma do curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA.

Se não redigiu sozinho, o que é mais provável, firmou com outros a Declaração Política do PCB de março de 1958 que preconizava as REFORMAS DE ESTRUTURA, depois chamadas Reformas de Base, que se executadas poderiam ter ampliado e consolidado nosso mercado interno  e assim transformado o Brasil em uma potência material de algum respeito.

Este homem foi morto pelo Exército em 16 de janeiro de 1970 sob as mais atrozes torturas em um dos mais bestiais assassinatos cometidas pelos militares e seus asseclas durante a ditadura instalada com o golpe de Estado de 1964 [1]. 


Carlos Marighella dispensa comentários pois é conhecida sua coragem física e intelectual ao romper com o leninismo como teoria organizacional e ao enfrentar seus algozes dentro de um cinema em 9 de maio de 1964 na cidade do Rio de Janeiro.

Câmara Ferreira é outro cuja dedicação e caráter faz uma falta enorme nestes dias de muito cinismo, caradurismo e vaidade.

Assim escreveu sobre ele Noé Gertel, amigo e companheiro do PCB: 
"Com o golpe militar de abril de 1964, ele voltou a cair na clandestinidade e chegou a participar do VI Congresso do Partido, como delegado e membro do Comitê Central. Na luta interna que eclodiu no PCB, sua posição foi se definir contra a linha do Partido, até ser expulso, juntamente com Marighella e outros. Optou pela luta armada, transformando-se, depois do assassinato de Marighella, no dirigente máximo da Ação Libertadora Nacional.

Durante essa atividade, adotou o nome de guerra de Toledo ou era carinhosamente chamado por seus jovens companheiros de "O Velho". Foi selvagemente assassinado pela Operação Bandeirante, organizada pela polícia paulista em colaboração com o Exército. Tombou lutando, em 1970, tal como tombam os bravos lutadores. Foi militante comunista exemplar, durante todas as horas de sua vida, até os últimos segundos de sua agonia, coloridos de sangue e glória."[2]

Notas

[1] Ex-presos do DOI-Codi confirmam prisão e tortura de Mário Alves
http://www.cnv.gov.br/outros-destaques/307-ex-presos-do-doi-codi-confirmam-prisao-e-tortura-de-mario-alves.html


[2] KUSHINIR, Beatriz (org.) Perfis Cruzados - Trajetórias e militância política no Brasil. Imago. P. 20


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