segunda-feira, 15 de agosto de 2016

 A FÁBRICA DE DEFORMIDADES


                     
                              


Não existe jeito para a miséria moral, não tem curso universitário, dinheiro, poder, sucesso, enfim, nada que possa redimir uma pessoa degradada moralmente.

Vi este fenômeno pois cheguei a ter esperanças na redenção pela promoção social de alguns trastes fabricados pela classe dominante, tentei consertar algumas criaturas deformadas e constatei que pau que nasce torto até a cinza é torta e com uma madeira ruim jamais se poderá fazer um móvel de qualidade.

No ser humano tudo é aprendido: falar, caminhar, pentear os cabelos, escovar os dentes, ler, escrever, o sentimento da honra, o respeito pelos outros e por si próprio, o que deve e não se deve comer, o horário das refeições, etc.

A este fenômeno sociólogos chamam de socialização e antropólogos chamam de aculturação. Para os sociólogos e antropólogos o ser humano é construído socialmente, montado "peça" por "peça" desde antes do nascimento.

Sobre este processo a antropóloga Ruth Benedict escreveu um livro muito interessante sobre os japoneses que tem o título de "O crisântemo e a espada". O exército norte-americano ia ocupar o Japão e não sabia o que era um japonês daí encomendou o livro.

O livro mostra "como se faz" um japonês desde o berço, com método, disciplina e valores. A disciplina ocupa lugar importante pois do respeito pela hierarquia até o controle dos esfíncteres, tudo no japonês é objeto de treino desde criança recém-nascida.

A verdade é que da educação, socialização, aculturação, como se queira chamar, nenhum ser humano escapa. Bem ou mal educado o ser humano é construído socialmente. Todos nós sabemos como se constroem os monstros...

Por obra de engenharia social tocada pela classe dominante nossas cidades grandes estão inabitáveis, perigosas, uma barbárie criada sob medida para evitar qualquer reforma política que mexa nos lucros da elite rapinante sediada em São Paulo.


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