O MINISTÉRIO PÚBLICO CONTINUA O MESMO
Podem deixar de ler qualquer texto menos este de
link abaixo [1] em que seu autor, Carlos Fernandes, discorre sobre alguns atos do
homem que ocupa o mais alto cargo do MPF, Rodrigo Janot.
O texto é uma análise implacável das ações de
Rodrigo Janot como Procurador Geral da República e realça que o insigne
representante do MPF tem agido recentemente como uma biruta de aeroporto
incidindo em manifestações contraditórias, mesquinhas, em colisão com a
Constituição, portanto, aviltantes para quem ocupa um cargo de tão grande
importância.
O Procurador Geral opina favoravelmente à posse do ex Presidente Lula como Ministro da Casa Civil e logo depois manifesta entendimento em sentido contrário; quando se manifestou pela posse entendeu pela denegação do foro privilegiado em razão da função ministerial em aberta colisão com o texto constitucional.
O Procurador Geral opina favoravelmente à posse do ex Presidente Lula como Ministro da Casa Civil e logo depois manifesta entendimento em sentido contrário; quando se manifestou pela posse entendeu pela denegação do foro privilegiado em razão da função ministerial em aberta colisão com o texto constitucional.
O texto de Fernandes também não descuida de mostrar que este
charco em que ora afunda o PGR é também o mesmo pântano em que naufraga o
Judiciário: existe alguém mais faccioso e negador da imparcialidade e da
honestidade que devem servir de espeque para a função judicante que o tão
aclamado pelos colegas e protegido pelos Tribunais, ele mesmo, o famoso Sérgio
Moro?
Estas instituições da República, Judiciário e
Ministério Público, foram criadas para darem máxima efetividade aos princípios
republicanos, que só têm realidade fática quando as leis governam os homens.
Contudo, o que vemos atualmente é um Ministério Público e um Judiciário a
serviço de um partido e de uma facção de classe a perseguir um homem e um
partido em aberto desafio à legalidade.
A tentativa de subversão da ordem constitucional
por setores do Judiciário e do Ministério Público já se tornou afrontosa e
desafiante aos que combatem o golpismo reinaugurado com a reeleição da
Presidenta Dilma. Não é mais possível derrotar os golpistas sem derrotar estes
setores que se apropriaram de funções públicas para colocarem-nas a serviço da
subversão da ordem constitucional.
O Judiciário e o Ministério Público estão intocados
desde priscas eras tão distante que se encontram dos princípios que instruem a
República tal seja o mandamento que impõe mandato para o exercício dos
poderes da República.
Passaram incólumes pela Assembleia Constituinte que
elaborou a Constituição de 1988, não tiveram apuradas as responsabilidades
pelos atos cometidos como braço da ditadura instalada em 1964 e terminada em
1985, enfim, tiveram atirados para baixo do tapete da história os crimes
cometidos na perseguição aos cidadãos que combateram um governo
inconstitucional - produto dos crimes cometidos contra a República quando
militares depuseram o Presidente João Goulart.
O que faz hoje o Ministério Público não destoa da
lista de obscenidade que seus representantes cometeram no passado. Vejam aqui
como procedeu o Ministério Público no caso do assassinato mediante tortura do
jornalista Vladimir Herzog em artigo do ex Ministro da Justiça Saulo
Ramos:
"No caso do assassinato de Vladimir Herzog,
nas masmorras do Doi-Codi, o Ministério Público sustentou a tese do suicídio
com o maior cinismo. E fez mais: quando foi datilografada a sentença na ação
proposta pela viúva, sra. Clarice Herzog, o Ministério Publico requereu mandado
de segurança contra o juiz para impedi-lo de ler a sentença no dia marcado. No
Tribunal Federal de Recursos, um ministro deu a liminar e me contou, depois,
"ou a liminar ou a cassação". A liminar foi mantida até a
aposentadoria do juiz, um mês depois. O procurador da República envolvido ficou
uma fera, porque o juiz substituto prolatou a sentença em favor de dona
Clarice. Não teve medo nenhum." [1]
Este é apenas um dos episódios criminosos cometidos
por membro do MPF, outros, muitos outros existem e os documentos em que estão
registrados estão atirados nos desvãos onde se escondem os arquivos da
ditadura.
O que se vê nos dias de hoje é que nada mudou nestas
instituições. A cobra muda de pele mas não perde o veneno. Permanecem intactas
porque suas histórias reais permanecem ocultas ou padecentes da amnésia que
acomete a historiografia nacional.
Temos direito a conhecer a verdadeira história das
instituições da República, mesmo que seja necessário retirá-la do subterrâneo
em que foi estrategicamente escondida, pois só assim as aperfeiçoaremos e
edificaremos por completo esta República inacabada.
Notas
[1] Janot é cópia fiel da lástima que marca todo o
poder judiciário nacional
[2] Os arquivos da ditadura guardam segredos
incômodos para o MP http://www.conjur.com.br/2005-jan-1...
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