sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

           QUEM VAI BRECAR O GOLPE?


Brizola: "Que nos esmaguem, mas não silenciarão esta rádio sem balas."
                                     
 O “terceiro” turno da eleição para Presidente da República de 2014 se aproxima do desfecho pelo embuste ao qual deram o nome de impeachment. 

É um golpe de Estado que se arma, uma tentativa de usurpação do poder na trapaça. O golpe tem que ser barrado na Câmara ou no Senado. É no Congresso Nacional que os golpistas vencerão o “terceiro turno” da eleição de 2014 ou serão derrotados.

Há quem defenda brecar o golpe nas ruas. Abortar o golpe nas ruas não é coisa simples pois demanda impedir a votação na Câmara e para tanto é preciso recorrer à violência, pendurar alguns golpistas nos postes de iluminação pública e coisas que tais.

Nos falta tudo para isso, homens, armas, disposição para chutar no rabo dos golpistas, encharcar com sangue os tapetes do Congresso Nacional e os gramados da Praça dos Três Poderes.

Brizola brecou um golpe em 1961 mas é porque mostrou que estava disposto a colocar a vida dele e a dos golpistas no jogo. Naquela data ficou comprovado mais uma vez que quando os golpistas são desafiados a combater não tem golpe.

Como não existe quem esteja disposto a arriscar a vida para defender o mandato da Presidenta muito inteligentemente ela fez a reforma ministerial dando mais espaço ao PMDB no governo, tudo compatível com o tamanho da bancada do partido que possa apoiar o governo e assegurar a governabilidade.

Portanto, a sorte está lançada e acredito que é preciso liquidar logo esta fatura pois se houver tempo para os caras que gravitam em torno do helicóptero envenenado com 445 kg de pasta de cocaína se movimentarem o jogo fica perigoso pois dinheiro compra tudo, inclusive o verdadeiro amor.

Os caras do famoso helicóptero têm traquejo com malas de dinheiro, é gente pinta-brava, com eles todo cuidado é pouco pois mexem com uma arma perigosa, a grana em malas. Daí liquidemos logo esta tentativa de golpe...

É isto ou vai ter golpe, vão levar no grito um mandato legítimo conquistado nas urnas.

Até agora Leonel Brizola foi o único brasileiro que brecou um golpe de Estado em andamento. Tudo começou quando depois da renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961 os militares tentaram impedir o vice-presidente João Goulart de tomar posse como Presidente da República.

Durante o final de agosto e começo de setembro daquele ano durante treze dias o país viveu a queda-de-braço entre os golpistas e a resistência oferecida pelo Rio Grande liderado por Brizola.

A resistência transferiu para os porões do Palácio Piratini o cristal da Rádio Guaíba e formou-se o Movimento da Legalidade capitaneado pela Radio da Legalidade, onde Brizola conclamava a população a resistir e garantir a Constituição e a posse de Jango.

A Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro reproduzia os discursos de Brizola e as mensagens da Rádio da Legalidade, no que foi seguida por outras emissoras formando a Cadeia da Legalidade.

É uma façanha parar uma bola de neve, mas foi isto que Brizola fez.
Contou com aliados nas Forças Armadas, distribuiu armas para os civis, teve bons e fiéis assessores que o ajudaram a mobilizar a opinião pública mas acima de tudo resolveu dar um basta na ofensiva golpista: daí para trás desgraçados.

O Palácio Piratini, a sede do governo gaúcho, quase foi bombardeado por ordem do irmão de Geisel, Orlando Geisel, um criminoso lombrosiano, o que só não ocorreu porque sargentos da Aeronáutica impediram os aviões de decolarem, esvaziaram os pneus. Brizola estava no Palácio com mulher e filhos.

Brecar um golpe em andamento não é tarefa simples, demanda dias de trabalho intenso, liderança, coragem para enfrentar o que vier e disposição para fazer o que for preciso.

Nada de sério para obstar o golpe de Estado contra o mandato da Presidenta Dilma pelos meios que forem necessários está sendo feito. Então esta conversa de não “não ter golpe” é um blefe. Se é para blefar então continuemos neste rengue-rengue.


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