O BEM QUE O PSDB FAZ AO BRASIL
Max Weber escreveu o livro "A ética protestante e o
espírito do capitalismo" para provar que às vezes querendo uma coisa
provocamos com nossos atos outras bem diversas.
Neste ensaio ele tenta provar que os protestantes com sua ética
de trabalho e poupança, conduta empiricista medindo os acertos pelos resultados
e procurando viver conforme a interpretação que faziam dos livros bíblicos
criaram as bases do capitalismo industrial na Alemanha.
Rui Barbosa em seu opúsculo "Oração aos moços" revela
que muito do que ele era devia aos inimigos e às adversidades, daí achava que
não foi em vão que Deus disse para que amássemos os inimigos pois esta era uma
forma de retribuição pelo bem, (involuntário, digo eu), que nos faziam.
Uma coisa é certa, os dois brilhantes ensaístas perceberam que
não controlamos todas as consequências de nossos atos, toda a repercussão que
eles têm e por um tempo que também não controlamos.
Sabemos que uma pequena parte da classe dominante apóia o
projeto de desenvolvimento nacional autônomo, historicamente este que o PT tem
conduzido a duras penas, enfrentando a outra parte, majoritária, da classe
dominante representada politicamente pelo PSDB e o DEM, encastelada no Estado
de São Paulo, vincada aos monopólios e subalterna aos interesses dos EUA.
Como a história engole gente, alguns desta pequena fração da
classe dominante que têm apoiado este projeto de desenvolvimento nacional estão
na cadeia bem como notáveis dirigentes do PT.
Estão encarcerados os banqueiros que emprestaram dinheiro para o
caixa 2 do partido em três contratos assinados por José Genoíno e o restante a
empresas de Marcos Valério, levados de roldão que foram na trama
jurídico-midiática chamada de "mensalão".
A parte da classe dominante que teima em manter o Brasil
dependente e subordinado aos interesses de Wasington controla o Estado de São
Paulo e o faz perder importância econômica e política, justamente o Estado que
já foi a locomotiva da industrialização do Brasil.
A teimosia desta fração da classe dominante tem repercutido muito
além de seus interesses mesquinhos. Vejamos, derrotar a burguesia paulista tem
sido uma tarefa quase impossível e a solução política para neutralizá-la e
impedir que obste o projeto de desenvolvimento nacional autônomo foi
enfraquecê-la deslocando o eixo do dinheiro e consequentemente do poder para os
Estados do Norte e Nordeste do Brasil.
Foi assim que o Norte e o Nordeste ganharam projetos de
infra-estrutura, entre outros, a ferrovia transnordestina, a ferrovia norte-sul
e agora a que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando pelo Peru, a
refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), a hidrelétrica de Belo Monte, etc. Tudo
consentâneo com os objetivos da Constituição da República Federativa do Brasil
que estabelece no art. 3º, III, como um de seus objetivos erradicar a pobreza,
as desigualdades sociais e regionais.
Em sua obstinação em querer manter o Brasil subalterno o PSDB e
o seu braço midiático tem tentado chantagear e impedir que os governos do PT investiguem
casos de corrupção. O recado da mídia familiar e paulista tem sido claro: só
pararão de associar o governo a corruptos se o governo parar de investigar.
Com esta tentativa desesperada e vã de obstar o combate à
corrupção de seus pares a mídia só deixou ao governo a opção de aprofundar a
investigação do afanamento do dinheiro público. Ou isto ou sucumbir à
chantagem.
É
assim que estamos tendo a proteção ao dinheiro público ao invés de uma
apropriação privada do Estado e o desempenho econômico dos Estados do Nordeste
superior ao Estado de São Paulo [1] nunca vistos antes.
Nota
[1] O Nordeste cresce mais que o Brasil e ganha poder econômico
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