sábado, 30 de maio de 2015

     MANTER A CABEÇA FORA D’AGUA

             

Fundado em fevereiro de 1980, o PT completou 35 anos com desafios diferentes da época da fundação. Naquela época nos faltava tudo, inclusive políticos.

Um partido não existe sem políticos. Daí formar e renovar quadros para a consecução de seus objetivos é um desafio contínuo na vida dos partidos e das instituições que pretendem ser perenes e naquela época só tínhamos em potencial este importante recurso humano.

Enfim, não tínhamos uma cultura de como disputar eleições e como administrar Municípios à vista de que o partido ainda não tinha formado quadros políticos.

Nesta trajetória em que o partido formou seus políticos, aprendeu a disputar eleições, a administrar e chegou ao governo federal ocorrerá em Salvador, BA, nos dias 11 a 13 de junho seu 5º Congresso em um momento crucial visto que outros desafios surgiram e muita coisa importante será discutida e decidida que impactará no futuro da legenda.

O PT é um achado em termos de formulação política, é o melhor partido do Brasil desde muito tempo porquanto não foi fundado para ser mais um velho Partido Comunista e na situação do Brasil tem sido o partido possível, o melhor possível dentro das circunstâncias sociais, políticas, culturais e éticas em que vivemos.

Mas tem seguido o caminho de todas as coisas com o envelhecimento de seus militantes e quadros, se modificou para pior sob alguns aspectos para melhor em outros, penso eu. Contudo, as críticas que sempre sofreu da esquerda de fora e de dentro do partido foi muitas vezes por pura incompreensão do fato de que o PT não é mais um partido leninista dos tantos que já foram criados.

Por não ser mais um Partido Comunista livrou-se em parte da subcultura autoritária típica dos PC's tais como a defesa do partido único, o monolitismo interno e a pesada hierarquização. O PT nasceu defendendo a democracia e praticando-a internamente pois inserida em seu estatuto[1] ao contrário dos partidos leninistas que defendem a ditadura do proletariado e praticam o centralismo democrático.

Não devemos olvidar que foi Vladimir Lênin, um dos mais influentes estrategistas e táticos da esquerda - o outro é Antonio Gramsci - que teorizou e construiu o partido que veio a ser o modelo dos partidos filiados à III Terceira Internacional fundada sob sua liderança em março de 1919.

Lênin impôs 21 condições[3] para que um partido se filiasse à III Internacional. A condição 12 trata de como estes partidos devem ser organizados, isto é, tendo como princípio o centralismo democrático com poderes plenos do Comitê Central e disciplina militar para seus filiados.

O partido leninista foi fundado em 1903 e tinha o nome original de Partido Operário Social-Democrata da RússiaPOSDR - e somente em março de 1918 no seu VII Congresso mudou de nome para Partido Comunista Russo.

Como instrumento tático e estratégico o partido leninista se caracteriza pela centralização e hierarquização, prática conspiratória, a defesa da via revolucionária como princípio e não como tática e a ditadura como forma de governo.

O desdobramento destas ideias se deu na Rússia depois da Revolução de Outubro de 1917 sob a forma de estatização total dos meios de produção, planejamento centralizado, partido único, ideologia oficial e os fatos históricos conhecidos. 

Enquanto vigeram inquestionáveis os dogmas do leninismo, o que ocorreu mesmo com o fim da III Internacional em 1943, grassou a mais absoluta falta de criatividade política na esquerda pois encontrava-se engessada toda a capacidade tática e estratégica tanto no que diz respeito a alianças políticas como no que diz respeito à criação de partidos, organizações e movimentos sociais.

A doutrina política socialista e a teoria de partido desenvolvida pelo PT ao longo de sua existência têm sido caracterizadas pela radicalização da democracia como único caminho para o socialismo.

Ninguém duvida que democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo e o desdobramento desta premissa pelo PT tem se dado através do ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, planejamento participativo e de Conselhos Permanentes para que a sociedade controle as autoridades e a coisa pública através da democracia participativa.  

O PT tomou o lugar dos PC’s (no Brasil desde 1962 quando foi fundado o PC do B existiam dois Partidos Comunistas, situação única no mundo) tendo desde sua fundação adesões no movimento sindical, entre intelectuais, artistas e nas universidades. 

Ocupar o lugar dos dois Partidos Comunistas foi relativamente fácil para o PT pois o que inviabilizou o Partido Comunista no Brasil foi o grave erro em que se constituiu a tentativa de levantar os quartéis em 1935 com suas conseqüências infaustas.

Neste sentido vejo o PT como um achado de lucidez, realismo e capacidade de formulação. Desenvolvemos uma cultura política democrática e de participação, sobrevivemos a diversos ataques mas o maior desafio está sendo sobreviver ao poder, o desafio maior do PT no momento é governar e sobreviver como organização política.

Sobreviver ao poder também será sobreviver ao ataque externo mais duro com o intuito destruir o partido na opinião pública. Os meios de comunicação propriedades de seis famílias ilegalmente se propuseram a destruir um partido proscrevendo-o pela veiculação de notícias manipuladas quando não totalmente inventadas.

Este ataque tem também como objetivo a tentativa de dividir o partido pois existem companheiros que só têm treinamento para ser de oposição, só têm programação mental para criticar, e para nunca governar.

Quem ganha a eleição governa, quem perde fica na oposição. Governar tem um custo político, é preciso entender isto; ser oposição também tem seu preço. E não é possível ser oposição e governo ao mesmo tempo.

Do meu ponto de vista o partido tem ido bem, nunca a esquerda teve gente tão preparada como a que resultou da esquerda dissidente dos PC’s que fez a luta armada, fundou e dirigiu o partido na conquista do governo federal.

Contudo, surgiu daí o grande desafio: governar sem ser destruído, sem desintegrar, sobreviver como partido pois é preciso fazer o governo possível - com alianças, sem elas o PT não se elegeria nem governaria - e sobreviver como organização política.

Para mim este desafio será respondido por duas vertentes: existem pessoas do povo que acreditam no partido e está com ele para o que vier, conheço gente assim, e que mesmo sem entender em pormenores as tramas da classe dominante não lhes dão crédito, ad exemplum, a farsa jurídica e midiática chamada de "mensalão" influenciou minimamente as eleições.

A outra vertente será de militantes que têm um discernimento maior da luta política, tem uma cultura geral e política para entender a necessidade de manter a organização política partidária, principalmente quando esta está sob ataque como é o caso desde a chegada do PT ao governo federal.

Esta vertente militante será a que defenderá também o partido do ataque por dentro dos que querem se apropriar da sigla para fins escusos ou dela se aproximar para retirar algum proveito, por menor que seja. 

Em torno de lideranças e partidos políticos existe um baixo clero da classe política[2] que deles se aproxima como moscas no intuito somente de retirar algum proveito material. Buscam servir-se do que puder, algum dinheiro, cargos no último escalão, um almoço, e estão disponíveis para que o líder e os partidos deles se sirvam. Se não forem controlados podem emporcalhar qualquer causa, partido ou político.

Diante das circunstâncias duras e dos ataques diuturnos que estão ocorrendo alguns petistas vão espirrar ou por não compreenderem o que está acontecendo, o desafio que temos, ou por fraqueza ou por esperteza alguns irão abandonar o navio; Marta Suplicy já espirrou.

É por isto que é um desafio governar e o outro é não ser destruído pelas coisas do poder; por exemplo, o poder divide militantes e políticos pois ou se é contra ou a favor das medidas do governo, qualquer governo, raramente se é indiferente.

A esquerda nunca foi um prodígio em finanças públicas. Esta constatação me fazia temer a chegada do PT ao poder. Existe receita ou despesa de esquerda e de direita? É possível inventar dinheiro sem fazer concorrência à Casa da Moeda?

Como empurrar a conta do ajuste fiscal no bolso dos mais ricos, como deveria ser, se nem votar a lei orçamentária de 2015 conseguimos sem o consentimento dos caras comandados por Eduardo Cunha?

Para que os mais ricos do país pagassem de maneira justa a parte que lhes cabe pagar no ajuste fiscal seria preciso tributá-los. E tributar ricos é difícil, é preciso ter poder para tal, e tem o poder no atual sistema de financiamento privado de campanha quem tem a grana para ganhar as eleições ou alugar mandatos.

Nas circunstâncias institucionais que temos o poder é dividido, sem maioria no Congresso o Executivo Federal tem meio poder, se tanto. Isto sem levar em consideração o Ministério Público e o Judiciário, que não são objeto de disputa política democrática, são reservas intocáveis da classe dominante.

Para o Governo Federal direcionar os gastos do ORÇAMENTO PÚBLICO DA UNIÃO para atender as finalidades estabelecidas pelo governo é preciso leis votadas no Congresso e sem ter o voto da maioria dos Deputados isto não é possível.

O governo federal está extremamente fragilizado, fato decorrente de um Congresso hostil ao Executivo; um Executivo de esquerda e um Congresso de direita é um nó político difícil de desatar. O partido vai ter que negociar votação por votação para poder fazer a maioria e votar os projetos de leis que estejam de acordo com as finalidades programáticas da aliança que reelegeu a Presidenta Dilma.

Mesmo com todas as dificuldades considero que o PT no governo federal tem se saído bem, sem trair eleitores nem a seus objetivos programáticos advindo da aliança. Nos governos estaduais e municipais cada caso é um caso e tem deixado a desejar.

Daí, mantermos o partido com a cabeça fora d’água, melhorá-lo livrando-o dos invasores oportunistas e aproveitadores é o desafio, enfim, defender o partido dos ataques envidados por fora e por dentro é o que melhor poderemos fazer.

Devemos aprender com os fatos. Qualquer partido de esquerda que chegar ao poder vai sofrer os mesmos ataques que o PT tem sofrido e dos mesmos inimigos.

Este é um fato da vida. Quando uma coisa é muito boa é natural que seja disputada, copiada ou combatida pela concorrência. Defender o partido como organização política é indispensável mas será para poucos; e é neste ponto que reside o perigo pois se não for defendida com competência os aproveitadores do baixo clero da classe política vão tomar conta da sigla bem como o partido submergirá aos ataques dos inimigos conhecidos. 

Para mim não adianta fugir desta luta, outra sigla que percorra o caminho do PT passará pelos mesmos problemas, sofrerá os mesmos ataques dos mesmos inimigos, não adianta inventar nova sigla.

Notas

[1] Estatuto do PT 
[2] Uso aqui o conceito classe política para designar aqueles que Max Weber em seu livro A Política como Vocação descreve como vivendo da política e para a política, enfim, que exercem a politica como profissão.

[3] As 21 condições de admissão dos Partidos na Internacional Comunista
https://www.academia.edu/9868851/As_21_condi%C3%A7%C3%B5es_de_admiss%C3%A3o_dos_Partidos_na_Internacional_Comunista

sábado, 23 de maio de 2015

          O BEM QUE O PSDB FAZ AO BRASIL


           

Max Weber escreveu o livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo" para provar que às vezes querendo uma coisa provocamos com nossos atos outras bem diversas.

Neste ensaio ele tenta provar que os protestantes com sua ética de trabalho e poupança, conduta empiricista medindo os acertos pelos resultados e procurando viver conforme a interpretação que faziam dos livros bíblicos criaram as bases do capitalismo industrial na Alemanha.

Rui Barbosa em seu opúsculo "Oração aos moços" revela que muito do que ele era devia aos inimigos e às adversidades, daí achava que não foi em vão que Deus disse para que amássemos os inimigos pois esta era uma forma de retribuição pelo bem, (involuntário, digo eu), que nos faziam.

Uma coisa é certa, os dois brilhantes ensaístas perceberam que não controlamos todas as consequências de nossos atos, toda a repercussão que eles têm e por um tempo que também não controlamos.

Sabemos que uma pequena parte da classe dominante apóia o projeto de desenvolvimento nacional autônomo, historicamente este que o PT tem conduzido a duras penas, enfrentando a outra parte, majoritária, da classe dominante representada politicamente pelo PSDB e o DEM, encastelada no Estado de São Paulo, vincada aos monopólios e subalterna aos interesses dos EUA.

Como a história engole gente, alguns desta pequena fração da classe dominante que têm apoiado este projeto de desenvolvimento nacional estão na cadeia bem como notáveis dirigentes do PT.

Estão encarcerados os banqueiros que emprestaram dinheiro para o caixa 2 do partido em três contratos assinados por José Genoíno e o restante a empresas de Marcos Valério, levados de roldão que foram na trama jurídico-midiática chamada de "mensalão".

A parte da classe dominante que teima em manter o Brasil dependente e subordinado aos interesses de Wasington controla o Estado de São Paulo e o faz perder importância econômica e política, justamente o Estado que já foi a locomotiva da industrialização do Brasil.

A teimosia desta fração da classe dominante tem repercutido muito além de seus interesses mesquinhos. Vejamos, derrotar a burguesia paulista tem sido uma tarefa quase impossível e a solução política para neutralizá-la e impedir que obste o projeto de desenvolvimento nacional autônomo foi enfraquecê-la deslocando o eixo do dinheiro e consequentemente do poder para os Estados do Norte e Nordeste do Brasil.

Foi assim que o Norte e o Nordeste ganharam projetos de infra-estrutura, entre outros, a ferrovia transnordestina, a ferrovia norte-sul e agora a que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando pelo Peru, a refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), a hidrelétrica de Belo Monte, etc. Tudo consentâneo com os objetivos da Constituição da República Federativa do Brasil que estabelece no art. 3º, III, como um de seus objetivos erradicar a pobreza, as desigualdades sociais e regionais.

Em sua obstinação em querer manter o Brasil subalterno o PSDB e o seu braço midiático tem tentado chantagear e impedir que os governos do PT investiguem casos de corrupção. O recado da mídia familiar e paulista tem sido claro: só pararão de associar o governo a corruptos se o governo parar de investigar.

Com esta tentativa desesperada e vã de obstar o combate à corrupção de seus pares a mídia só deixou ao governo a opção de aprofundar a investigação do afanamento do dinheiro público. Ou isto ou sucumbir à chantagem. 


É assim que estamos tendo a proteção ao dinheiro público ao invés de uma apropriação privada do Estado e o desempenho econômico dos Estados do Nordeste superior ao Estado de São Paulo [1] nunca vistos antes.

Acredito que fazer o mal não é tarefa para amadores. Assim, querendo fazer o mal às vezes nos fazem um bem. Foi assim que o PSDB nos fez devedor do bem que tem feito ao Brasil, sem querer e sem saber.

Nota
[1] O Nordeste cresce mais que o Brasil e ganha poder econômico

quarta-feira, 20 de maio de 2015

        A ARTE DE BATER CARTEIRAS

                         

 Como age o empresariado no mundo dos negócios?
A maneira de agir de Ricardo Pessoa, o dono da empreiteira UTC, é um paradigma de como agem os tubarões da grana. Para começar, neste submundo dos grandes negócios não existem regras, vale tudo, corromper, fraudar, superfaturar, chantagear, usar trabalho de crianças e trabalho análogo ao trabalho escravo, sonegar impostos e o que mais de trapaças possam ser inventadas para afanar o dinheiro do contribuinte ou do consumidor incauto.

Na matéria assinada por Samuel Celestino [1] fica patente que "Pessoa comandava o cartel das empreiteiras. Ao cartel competia decidir qual delas seria a ganhadora das licitações, dos contratos superfaturadas da dilapidada Petrobras. Ou seja, determinava qual faria a corrupção que iria favorecer o próprio cartel, os funcionários da estatal, doleiros e, principalmente, os políticos."

É assim que funciona o sistema, caso você não tenha coragem de ser um bandido, um ladrãozinho mequetrefe saiba que jamais ficará rico. Desde jovem eu sabia que os caras eram bandidos, exploravam a mais valia e coisa e tal.

Incorri no engano de quem estava descobrindo o mundo e a vida, era apenas leitor de um barbudo judeu que só conhecia o empresariado por livros. Marx não conhecia como os caras fixam os preços (muitas vezes pela cara do freguês), não sabia como se fraudam os contratos e se explora a ignorância alheia.

Daí eu pensava que as fraudes do empresariado era coisa de ladrão grande, coisa de ladrão rico, mas com o tempo e a observação in loco descobri que não é nada disto, os caras batem carteira, os golpes são os mesmos dos punguistas, se apoiam basicamente em nossa ignorância sobre preços, quantidades, qualidade, assim, basta você descuidar que lhe aplicam o mais reles passa-moleque.

Fique atento quando entrar em uma loja, segure a carteira pois vai entrar no antro do lanceiro. Esta regra vale para qualquer um, do dono do mercadinho do bairro até a concessionária REVISA (Ford) da Av. Bonoco em Salvador, BA.

Nesta concessionária fiz uma troca de óleo do carro e tive que ir duas vezes para completarem, para entregarem o que eu tinha comprado, sem contar o outro golpe que recebi nesta empresa de fachada.

Por isso, comprar qualquer coisa no Brasil é uma fonte de problemas, aborrecimentos e frustrações, motivo pelo qual adotei uma regra: só compro o mínimo indispensável, pesquiso preços (observe que quando você anda os preços se modificam), não pago pelo preço em prestações se vou pagar à vista. Esta é a melhor maneira de não dar chances aos ladrões e não me aborrecer.

Tenha sempre na memória: qualquer empresário rouba até as Obras Assistenciais de Irmã Dulce se tiver oportunidade. Defender-se desta gente exige estudo e cuidados redobrados pois estão dissimulados em mil fraudes e em uma fachada chamada de CNPJ. Enfim, não esqueça: não temos empresários, temos vagabundos; segure sua carteira quando estiver diante de um deles. 

Existem exceções? Deve existir, embora eu não conheça, mas exceção é exceção e regra é regra...

Leia a matéria de link abaixo e entenda em um caso paradigmático como é que funciona uma empresa e a total falta de escrúpulos desta gente que compõe a classe dominante e o sistema que criaram com o nome pomposo de CAPITALISMO quando na verdade seria melhor chamado de VAGABUNDAGEM dado o fato de não termos empresários mas vagabundos.

Nota

[1] Coluna A Tarde: Pessoa, o homem-bomba



domingo, 3 de maio de 2015

O PSDB E A LEI DA SELVA


            O PSDB E A LEI DA SELVA

      

O jornalista Paulo Moreira Leite é um dos melhores desta profissão no momento, cabra sagaz e homem de bem, nenhuma artimanha para encobrir os fatos lhe escapa. 

A mídia das seis famílais nada explica, seu esforço é para ocultar. É importante entender o papel que representam as doutrinas que orientam os partidos na administração da coisa pública, na direção das ações do Estado quando chegam ao poder.

Só entendendo a doutrina neoliberal do PSDB é possível ter a idéia clara do porquê a repressão aos que defendem os DIREITOS SOCIAIS é a regra nos governos comandados pelo tucanato em São Paulo e no Paraná. Neste Estado a repressão levada a efeito pela Polícia Militar, ordenada pelo Governador Beto Richa, culminou no dia 29 de abril (2015) com mais de 200 cidadãos feridos. 

É por esta razão que o artigo de link abaixo [1] de PML é muito bom, é de indispensável leitura para se entender a relação entre a doutrina neoliberal do PSDB e a repressão aos movimentos e reivindicações dos trabalhadores assalariados.

Faço aqui a minha digressão sobre a doutrina do PSDB e sua coerência com os fatos, a repressão dura, desumana e ilegal pois o Estado Democrático de Direito abriga a legitimidade dos movimentos sociais para defenderem a manutenção de direitos e serem os protagonistas das inovações da ordem jurídica com novos direitos, tudo sob o pálio constitucional do direito de manifestação e organização

Por óbvio que é um equívoco pretender uma sociedade estática, dividida entre elite e massa, não reconhecer o protagonismo das classes sociais, partidos e movimentos sociais

A doutrina neoliberal do PSDB é a defesa do mercado regulando tudo e sem ser regulado. A defesa desta doutrina na ordem econômica é a defesa da lei do mais forte, de quem tem mais grana, é a defesa da lei da selva, a defesa da lei do cão

Contudo, o mercado tal como é defendido pelos neolibarais é uma abstração, daí o Estado aparelhado pelo braço político dos donos da grana é quem comparece nas manifestações com cachorros, bombas, tiros e cacetadas para fazer valer a ordem derivada desta doutrina. 

É este nexo entre a doutrina neoliberal e a lei da selva que precisa ser explicitado pois é por esta razão óbvia que a agenda da direita é oculta, nenhum dos direitistas diz abertamente que a defesa do mercado sem regulação e como regulador das relações sociais e econômicas é a defesa da lei do mais forte, de quem tem mais grana, a lei da selva, a lei dos piratas e salteadores, uns caras bem parecidos com os atuais empresários. 

Aqueles que defendem a necessidade de um Estado de Bem Estar Social o fazem através de leis protetivas dos assalariados, com previdência social ampla, proteção da força de trabalho ativa com DIREITOS SOCIAIS  amplos e de difícil vulneração mas principalmente reconhecendo como legítimas as reivindicações e manifestações dos trabalahadores através de negociações, nem sempre fáceis mas sempre necessárias.

A disputa política é a disputa para direcionar o Estado, principalmente os gastos do ORÇAMENTO PÚBLICO; foi isto que apartou os governos do PT de todos os anteriores: o ORÇAMENTO PÚBLICO chegou até pessoas que sequer suspeitam de sua existência.

Foi por observar estritamente a doutrina neoliberal ao direcionar as ações do Estado que o PSDB nas privatizações da era maldita de FHC entregou na “bacia das almas” aos salteadores recursos naturais e empresas que compunham o patrimônio de toda uma nação. 

É por este motivo também que usar o aparato repressivo e judicial contra movimentos sociais e reivindicações dos trabalhadores é a marca registrada das administrações neoliberais do PSDB. 

Mas não vamos esquecer: isto só é possível porque o tucanato ganhou eleições e aparelhou o Estado para a defesa das ideias dos caras do mercado, os bucaneiros, piratas e salteadores, dinheiropatas, ladrões que quase sempre usam inscrição no CNPJ.

Nota

[1] A grande repressão tucana