IMPRENSA CHAPA-BRANCA
Assistir aos programas jornalísticos da tv é ser convidado a se expor a alguns minutos de puro ódio. Uma das razões para destilar este ódio contra pessoas e partidos de esquerda, principalmente o PT, é a impossibilidade dos grandes grupos da mídia assaltarem os cofres da União sob o manto protetor das verbas com publicidade.
Sem
oportunidades de achacar os Governos de Lula e Dilma os seis grupos que
controlam a mídia no Brasil, os grupos que decidem o que você eu devemos saber,
resolveram fazer nos dias que correm a mais dura investida para destruir o PT e
retirá-lo do governo federal por quaisquer meios [1].
Sem
as verbas turbinadas (principalmente em governo tucano) do orçamento público do
governo federal a mídia golpista não sobreviverá, é o que estamos vendo no
momento em que corte de custos com demissões no setor evidenciam a luta pela
sobrevivência.
O
Estadão demitiu gente - alguns pistoleiros e puxa-sacos, outros trabalhadores
honestos -, o que também ocorreu na famiglia Civita, com o encolhimento do
patrimônio da Abril.
Os grupos econômicos que controlam
a mídia, resumidos em seis famílias, estão enfrentando a crise provocada pela
web, a passagem da predominância da mídia papel para
a digital mas também o descrédito e o passivo de ódio que acumularam com a sociedade
brasileira ao longo dos anos em que remaram contra as reformas empreendidas pelos
governos do PT.
Toda
a imprensa brasileira sempre foi subvencionada, principalmente com verba pública, quem quiser
conferir este fato basta ler os livros "MINHA RAZÃO DE VIVER", memórias de Samuel Wainer, o fundador
do jornal Ultima Hora, e a biografia do gangster mais corajoso do setor, Assis
Chateaubriand, feita por Fernando Morais, "CHATÔ, O REI DO BRASIL".
Mas
achacar governos e empresas nunca foi exclusividade de Chateubriand, o falecido
dono da Editora Abril, Roberto Civita, era também profissional neste expediente.
Um relato interessante de uma tentativa de achaque perpetrada por ele está
neste link [2]
e narrado pelo jornalista Ricardo Kotscho, testemunha do ocorrido; aqui uma
passagem da narrativa deste episódio:
“Faz tempo que o
negócio da "Veja" não é informar, mas apenas jogar suspeitas contra
os líderes e os governos do PT, os grandes inimigos da família.
E se os leitores
quiserem saber a causa desta bronca, posso contar, porque fui testemunha: no
início do primeiro governo Lula, o presidente resolveu redistribuir verbas de
publicidade, antes apenas reservadas a meia dúzia de famílias da grande mídia,
e a compra de livros didáticos comprados pelo governo federal para
destinar a esc0las públicas.
Ambas as medidas
abalaram os cofres da Editora Abril, de tal forma que Roberto Civita saiu dos
seus cuidados de grande homem da imprensa para pedir uma audiência ao
presidente Lula. Por razões que desconheço, o presidente se recusava a
recebe-lo.
Depois do dono da
Abril percorrer os mais altos escalões do poder, em busca de ajuda, certa vez,
quando era Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República,
encontrei Roberto Civita e outros donos da mídia na ante-sala do gabinete de
Lula, no terceiro andar do Palácio do Planalto."
"Agora vem até
você me encher o saco por causa deste cara?", reagiu o presidente, quando
lhe transmiti o pedido de Civita para um encontro, que acabou acontecendo, num
jantar privado dos dois no Palácio da Alvorada, mesmo contra a vontade de Lula.
No dia seguinte, na
reunião das nove, o presidente queria me matar, junto com os outros ministros
que tinham lhe feito o mesmo pedido para conversar com Civita. "Pô, o cara
ficou o tempo todo me falando que o Brasil estava melhorando.
Quando perguntei pra ele porque a "Veja" sempre dizia exatamente
o contrário, esculhambando com tudo, ele me falou: `Não sei, presidente, vou
ver com os meninos da redação o que está acontecendo´. É muita cara de pau.
Nunca mais me peçam pra falar com este cara".”
Desta
tentativa mal sucedida de achaque uma pergunta exsurge: se a Presidência da
República sucumbir a um achaque desta natureza qual outra instituição terá forças para resistir a
este tipo de investida?
Divulgar informações, análises e opiniões induzindo o que uma população irá saber
ou como perceberá os fatos e informações
não é apenas uma das possibilidades do uso dos meios de comunicação social, intimidar com a possibilidade de destruição da honra
social e da reputação de alguém é também outra.
Assim,
é evidente que podar os tentáculos destes grupos de mídia com a regulação
econômica impedindo a propriedade cruzada (jornais, emissoras de
rádio e televisão) tal como está previsto no art. 220, § 2º, da Constituição
Federal, que veda o monopólio ou oligopólio dos meios de
comunicação social, é proteger minimamente instituições e pessoas do achaque
destes mafiosos.
Chateaubriand
foi o primeiro gangster proprietário de meios de comunicação a montar uma rede
que cobria quase todo o território nacional e envolvia jornais e emissoras de
rádio e depois tv dando a este império da
indústria da notícia o nome “Diários Associados”. Ambicioso e ousado, foi este chefe mafioso que trouxe a tv para o Brasil
inaugurando a primeira transmissão ao vivo, como era feito tudo na época, em 1950.
Li
a biografia do amoral dono dos “Diários Associados” duas vezes, na segunda
sublinhei as partes em que estavam mencionadas a relação da mídia com a grana e
percebi que jornal, tv, emissoras de rádio não dão retorno financeiro, precisam
de subvenção pública ou privada.
Remanesce
provado no livro de Fernando Morais que Chateaubriand era devedor contumaz e
achacador de empresários e governos, nunca pagava os empréstimos que contraia e
pagava péssimos salários a seus empregados.
Portanto,
sem assaltarem os cofres públicos em rombos estratosféricos os grupos da mídia
golpista não sobreviverão querendo mandar no Brasil, achacando governos,
fazendo e derrubando Presidentes da República como foi no passado.
Para completar a desgraça dos gangsteres do setor, o fato de
colidirem com a sociedade brasileira em seu anseio por reformas acumulou um
passivo de ódio que tem sido demonstrado todas as vezes que as equipes de tv destes
grupos mafiosos cobrem qualquer evento de massas.
Quanto
aos pistoleiros destes gangsteres, alguns com carteiras de jornalistas, saibam
que não adianta o puxa-saquismo, o buraco é mais embaixo, não é o exercício da
pistolagem por meio dos dos teclados contra partidos e pessoas de esquerda que vai lhes
garantir o salário, pois será a tecnologia e a sociedade que irão colocá-los no
devido lugar, com chapa-branca e tudo, e sem direito a enterro de luxo.
Notas
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