sexta-feira, 28 de novembro de 2014

  COMO ROUBAR E DEPOIS GRITAR “PEGA LADRÃO”

        
                   


A imprensa golpista acaba de descobrir mais um bolivariano, o famoso Thomas Piketty, o autor do livro "O CAPITAL NO SÉCULO XXI." [1]


Este livro tem sido muito discutido e já é um sucesso de vendas além de ser lido por estadistas e políticos com alguma instrução em todo o mundo. Um dos tópicos discutidas no livro é a tributação e a distribuição da carga tributária entre os cidadãos, assunto proibido de constar no Brasil na pauta da mídia corporativista e inimiga da verdade factual. 


Admitamos, achacar os governos do PT, intimidar políticos de esquerda e constranger cidadãos que não se coadunam com seus desígnios conservadores e indecorosos tem sido a faina da mídia golpista. Para tanto, além de inventar estórias, omitir notícias os pistoleiros criam palavras com o intuito de estigmatizar seus alvos. 

Foi assim que inventaram o termo “bolivarismo”, mais um destes crimes lavrados na folha corrida dos pistoleiros da classe dominante assalariados nas redes de tv, jornais e nos blogs da mídia corporativa e familiar para atentar contra a reputação de quem não reza pela cartilha deles, aferrados defensores da semi-escravidão a que está submetida grande parte do povo brasileiro. 

Mas a verdade é que o que o economista francês autor do importante livro afirma é o que todos os "bolivarianos" sabem: um sistema tributário injusto, aquele onde os empregados pagam mais impostos que os patrões, tal é o caso do Brasil, cria desigualdades abissais e é a principal causa da concentração da grana.

Esconder esta verdade é um dos objetivos e razão de existir da mídia golpista, patrimônio de apenas seis famílias, que decidem o que devemos saber e pensar no Brasil. 

Quem sonega ou não é tributado acumula ou multiplica seu patrimônio em escala geométrica. Disto todo mundo sabe, daí o pulo-do-gato é confundir a população e tentar esconder este privilégio, enfim, se passar por vítima.

Vejamos como uns patifes enriquecem metendo a mão no bolso da população e ainda usufruem dos tributos pagados por suas vítimas. A maioria dos tributos insertos em nosso Sistema Tributário (Capítulo I, do Título VI, da Constituição Federal) são tributos indiretos, isto é, quem paga são os consumidores, apenas aparentemente são pagados pelos empresários pois estes apenas repassam ao Estado quando não embolsam, sonegam, afanam esta grana pública. 

Para espancar qualquer dúvida sobre a carga tributária que injustamente é distribuída sobre a população foi votada no Congresso Nacional a Lei nº 12.741/2012 que obriga sociedades empresárias a discriminar nas notas e cupons fiscais os tributos pagos pelo cidadão mas até hoje é descumprida pelo empresariado. Por que será?

Nenhum dos tributos relacionados na Lei nº 12.741/2012, [2] é pago pelos empresários mas sim pelos consumidores, tais sejam: 

1) Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); 

2) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); 

3) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 

4) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); 

5) Contribuição Social para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) – (PIS/Pasep); 

6) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);

7) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide).

Ao todo são sete tributos das espécies impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico que são PAGADOS pelo CONSUMIDOR e não pelo empresariado.

Quando lhe dizerem que a carga tributária no Brasil é grande pergunte: para quem? A imprensa golpista e os inventores do impostômetro, inimigos viscerais do sonegômetro, procuram manter o governo na defensiva e a população ludibriada com esta conversa de que pagamos muitos impostos, sem explicar quem paga estes impostos todos.

No Brasil ricos quase não pagam impostos, quando pagam o fazem de maneira ínfima e completamente desproporcional aos respectivos patrimônios. 

Foi assim, com mão-de-gato, vitimando e se fazendo passar por vítima que toda a infra-estrutura que temos no país tais como estradas, portos, usinas hidrelétricas, indústria do petróleo, do aço e da telefonia (garfadas nos governos de FHC) vieram a existir: com os impostos arrecadados dos trabalhadores.

A tributação no Brasil sempre foi injusta porque o poder sempre esteve nas mãos dos mesmos por 500 anos. Contudo, a última "arrumada" que deram no sistema de tributação perverso foi em 1988.


Para que se tenha uma ideia da injustiça do sistema tributário que o "Centrão" (um condomínio formado entre o PFL e demais partidos de direita de menor expressão) empurrou na goela do povo brasileiro na Assembleia Constituinte de 1988 é preciso perceber quem paga a conta nos tributos indiretos, isto é, aqueles pagados na compra de qualquer mercadoria, os consumidores, o povo, que paga impostos quando compra um um simples pacote de bolacha. 

É desta maneira, entendendo o sistema de tributação indireto atirado nas costas do povo pelo "Centrão" que se percebe porque o programa social Bolsa Família é apenas devolução de impostos pagados em um sistema injusto de tributação.

Então fique atento, quando um empresário lhe dizer que paga muitos impostos segure a carteira e fique esperto pois você está diante de um grande mentiroso.


Notas


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