A conta mandada pelo conservadorismo
Depois desta semana de manifestações o Brasil
estará mais à esquerda que antes. Elas vieram suprir a falta que fez o desmonte
da Teologia da Libertação e das Comunidades Eclesiais de Base pelo
polonês direitista, João Paulo II, e por Bento XVI, quando se chamava
Ratzinguer.
Se não fosse este ataque ao trabalho de D. Paulo
Arns e de D. Hélder Câmara, dividindo a arquidiocese de D. Arns em duas,
fechando o SERENE II (Seminário Regional do Nordeste II) e o ITER (Instituto
Teológico do Recife), punindo padres progressistas como o Pe. Reginaldo Veloso,
que coordenou a comunidade católica no Morro da Conceição, Recife, teríamos um país
mais justo e mais à esquerda em termos de distribuição de renda.
Estas manifestações vêm suprir também o desmonte
dos núcleos do Partido dos Trabalhadores para torná-lo mais aceitável aos
inimigos. Sem este desmonte teríamos um partido mais ofensivo em disputas
eleitorais e mobilizações, tudo isto junto não tornaria necessárias alianças tão
à direita como ocorreu nos últimos 10 anos.
O caminho suave escolhido pelos principais
dirigentes deu certo mas a este preço que estamos vendo, reformas pela metade
ou sequer iniciadas, como a reforma política e tributária, e em ritmo de passo
de tartaruga.
Os óbices criados pelos conservadores direitistas
também estão mandando o sua fatura, manter a semi-escravidão tem seu preço.
A sociedade foi para as ruas, a luta política se precipitou. Se nada fizermos os neofascistas farão, conduzirão e se apropriarão deste movimento do povo. A luta é pela conquista da
opinião pública, se dermos por perdida a batalha é porque não estamos
entendendo este jogo simbólico. Hoje a rapaziada do MPL propôs todo mundo de
vermelho para comemorar a vitória. A disputa é dura pois o bolo é bom e a
direita quer um naco. Aprendizes de fascistas já agrediram militantes da CUT e
do PT.
Se
o PT estivesse na oposição seria acusado de estar por trás de todos os atos de
depredação. Como está no poder ainda não foi acusado de nada, as manifestações
não são contra o governo. Acho pouco provável que a direita domine este
movimento, embora já tenha tentado retirar algum proveito. Cabe a nós colocar o
vermelho nas ruas.
O
jogo está sendo jogado, não acabou. Acredito que o país está mais à esquerda.
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