segunda-feira, 20 de maio de 2013

A guerra psicológica continua



    A guerra psicológica continua


Sempre tive uma enorme curiosidade por psicologia das multidões, opinião pública, propaganda política, campanhas de incitamento ao ódio e temas afins. Naturalmente os boatos sobre a extinção do Bolsa Família e as reações coletivas provocadas instigaram-me a curiosidade e conduziram reflexões.  

Os boatos sobre a extinção do programa e as reações coletivas que se seguiram permitem algumas ilações: por terem sidos divulgados em vários Estados e com o mesmo conteúdo é certo que houve orquestração. Parece-me certo também que quem divulgou os boatos queria testar a reação da população em face da possibilidade da extinção do programa. É também verossímil que quisessem testar a operacionalidade, isto é, quantos sujeitos seriam necessários para difundir um boato em escala suficiente para causar pânico.

Não tenho dúvidas que estão testando como manipular a opinião pública; querem saber quais hipóteses causam reação, qual reação e a dimensão da reação.

É um fato significativo do ponto de vista político a resposta ao boato da extinção do programa: a reação foi de manada, uma corrida irracional à Caixa Econômica para sacar o que fosse possível; não houve uma reação política, manifestações pela manutenção do programa, com até mesmo depredações, como ocorre nestes tipos de reações indignadas.

É possível aquilatar que quem planejou a operação, escolhendo Estados, cidades e bairros para a divulgação do boato também testou outras hipóteses. Parece-me indiscutível que não se põe em execução uma operação destas sem uma quantidade considerável de recursos, dinheiro e pessoas com traquejo mínimo para operar a divulgação da mentira com capacidade de convencer os desavisados.

Quem poderia estar no comando de uma manipulação desta envergadura? Pelos interesses envolvidos parece óbvio que elementos da cúpula da oposição são os principais suspeitos. Mas também parece óbvio que isto tem todos os ingredientes da maneira de operar do que se chamava "Comunidade de Informação", os órgãos encarregados da repressão direta aos opositores nos anos da ditadura. Eram eles que matavam os opositores quase sempre sob tortura e montavam farsas para serem divulgadas à população: simulavam suicídios, mortes em atropelos durante fuga ou morte em troca de tiros com os pistoleiros da infame. 

Mentir para desnortear, ludibriar e induzir a opinião pública a erro de julgamento em operações de destruição moral de inimigos sempre foi a escolha do serviço secreto brasileiro desde antes da ditadura instalada em 1964. O Sfici - Serviço Federal de Informações e Contra-informação -, como se chamava o que veio depois a ser o SNI, era um reduto dos golpistas a conspirarem contra Jango grampeando seus telefones entre outras coisas ilegais.

Quase todos os elementos deste conjunto desordenado de criminosos daquela época estão aposentados. Alguns estão mortos. Os vivos continuam impunes pois nunca responderam pelos crimes cometidos, o que os estimula a continuarem despejando suas mentiras e ódio em sites como o TERNUMA, GRUPO GUARARAPES, MÍDIA SEM MÁSCARA, COTURNO NOTURNO e redes de mensagens para endereços eletrônicos.

Adestrados pelos manuais da CIA (ver MINISTÉRIO DO SILÊNCIO - A história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula, de Lucas Figueiredo) e obcecados em combater a esquerda e sabotar a democracia estes delinquentes deixaram seguidores nos quartéis e fora deles.

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